domingo, 10 de fevereiro de 2008

LAR DOCE LAR

(Eu fiz esta poesia no Dia dos Pais– Novo Hamburgo – RS, quando fui morar na casa de minha querida sogra).

Nem me dei conta de tantas
As horas que ali passei...
Mil horas, mil dias, 16 anos
Foi o tempo que ali morei.

Meu berço, minha casa, meu céu
Que das mãos de Deus recebi
Do pai, da mãe, do irmão
O amor que lá fora não vi.

Imagens da minha infância
Já velhas de recordar
Do pai balançando a cadeira
Na hora de descansar.

Bem cedo com a pasta ele ia,
Pra luta da vida enfrentar
Debaixo de um sol causticante
Pra nada aos filhos faltar.

No alto o sol se escondia
No meio da minha aflição...
Chegava trazendo alegria
Com a sua pastinha na mão.

Na noite, cansado, pensava
Nos sonhos concretizar:
Vender sua pasta e seu carro
Comprar uma terra e plantar.

Chegou era só mata virgem
Na terra de pedra e poeira
Fez casa e do sonho a vida
Bendita a sua Abobreira!

Exemplo de um homem bravo
Sem banco de escola estudar,
Nos dias nos ensinava a vida
Nas noites, o terço a rezar.

Gostava do verde esperança
Do verde do carro, da casa
De tudo que era verde gostava
Do verde da terra sonhava.

Imagens da minha infância
Que o tempo não quis parar
Levou pra bem longe a esperança
De um dia poder voltar.

Imagens da minha infância
Tão doces de recordar
Da mãe tão fiel companheira
Que só foi amor para dar.

Nas noites de insônia que tinha
Só perto de te me acalmava...
Não sei quanto amor lhe continha
Nas vezes que me abraçava.

Mamãe novamente comigo
Vejo-me às vezes criança,
Pois você foi o meu abrigo
A minha paz e segurança.

Nem sei quantas coisas fizemos
Pra ter tanto que relembrar
Pois mesmo se brigas tivemos
Irmãos fomos sempre exemplar.

Na casa que lá vivemos
E que quase nada restou,
Ficou o amor na lembrança
E no verde do que sobrou.

Não posso te olhar de passagem
Pois quando te veja a saudade
Me faz reviver as imagens
Da vida de um DOCE LAR!
Nubia Parente - (12/08/1972)

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