sábado, 9 de fevereiro de 2008

TABOCA

Quando o som de um triângulo se confundia com o barulho das ondas do mar a quebrar na praia do Vilas do Atlântico, logo em seguida um alegre homem aparecia com uma lata nas costas, cantarolando, mexendo com um e com outro, gargalhando , até que alguém lhe comprasse suas tabocas. Durante os últimos dez anos, Taboca, assim como era apelidado, percorria diariamente como vendedor ambulante, da Barraca Buraco da Velha até Buraquinho e vice versa, fazendo um caminho em busca de conseguir o sustento de sua família.
Muita gente não sabia que ele residia em Mirante de Peri Peri, como também não sabemos por que escolheu vender tabocas, na orla de Vilas do Atlântico, tão distante de onde morava. Tantas coisas de valor nos passam despercebidas no corre-corre do dia a dia... No entanto, impossível foi deixar de perceber a falta do som do triângulo, das tabocas e daquele homem que também vendia alegria nos últimos dois meses deste verão. Taboca faleceu no dia 09 de outubro passado. Ficamos sem acreditar! Lá na Barraca da Gávea ele tinha parada certa, chegando no balcão para falar com o professor Coriolano, fazendo uma verdadeira festa a gritar: Dona Nubi! ...Dona Nubi!... Eu tinha por ele um carinho muito especial, assim como acredito que muitos dos moradores e freqüentadores da praia de Vilas, também tinham por ele.
João Oliveira da Silva, vulgo Taboca, era natural de Jequié, tinha 68 anos, viúvo, pai de quatro filhos e 5 netos, deixou uma saudade imensa e uma tristeza no ar da Praia do Vilas do Atlântico.
Que Deus o acolha com Seu amor!
Núbia Parente

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